Fabaceae

Peltogyne discolor Vogel

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2019. Peltogyne discolor (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

14.952,708 Km2

AOO:

64,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado do RIO DE JANEIRO, município de Armação dos Búzios (Lima 5421), Campos dos Goytacazes (Souza 311), Maricá (Lima 8261), Miguel Pereira (Nunes 22528), Petrópolis (Luschnath s.n.), Rio de Janeiro (Glaziou 18204), São Pedro da Aldeia (Lima 6173).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Critério: B1ab(i,iii,v)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore de até 15 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida como guarabu, pau-roxo, roxinho, entre outros, foi coletada em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa associadas a Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro (Silva, 1976). Apresenta distribuição relativamente restrita, EOO=13056 km² e ocorrência em fitofisionomias florestais severamente fragmentadas. Sabe-se que a Mata Atlântica perdeu cerca de 85% de sua extensão original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018), e no Rio de Janeiro, outrora 100% recoberto por Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, somente 20% de sua totalidade perdura (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica fluminense (Lapig, 2018; SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). A espécie, assim como muitas congêneres, produz madeira de boa qualidade, usada na construção civil (Camargos et al., 1996), e por essa razão, pode estar extinta em algumas localidades onde não foram novamente documentadas a mais de 80 anos e não restaram virtualmente nenhum fragmento florestal. Diante do exposto, portanto, considera-se a espécie Vulnerável (VU). Infere- se declínio contínuo em EOO, extensão e qualidade de habitat e potencialmente no número de indivíduos maduros. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, censo, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir a perpetuação desta espécie no futuro.

Último avistamento: 2016
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? New information
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (Canteiro, 2018). O BP-RLA reavaliou a espécie, mediante novas informações disponibilizadas pelos especialistas e novas avaliações referentes à distribuição.

Houve mudança de categoria: Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Linnaea 11: 410. 1837 P. discolor distingue-se das demais espécies principalmente pelos folíolos elíticos, falcado-oblongos, ápice obtuso emarginado ou retuso, e fruto orbicular com estreita margem (Silva, 1976).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Pelo nome vulgar Pau-roxo são conhecidas diversas espécies de Peltogyne com uso comercial. E nos dicionários [Bot.]- Guarabu é o nome popular de uma árvore da família das Fabáceas (ex-Leguminosas), que produz madeira de boa qualidade, usada na construção civil. Também é chamada de: jitaí; jutairana; óleo-de-jataí e roxinho

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Detalhes: Árvore com até 15 m de altura (Lima 7465), que habira a Mata Atlântica, na Floresta Estacional Semidecidual e na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018)
Referências:
  1. Peltogyne in Flora do Brasil 2020 em construção, 2018. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB78748 (acesso em: 12 de novembro 2018)
  2. Silva, M. F. 1976. Revisão Taxonômica do Gênero Peltogyne (Leguminosae – Caesalpinioideae). Acta Amazonica, Manaus 6 (1): 1-61.

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development locality,habitat past,present,future regional high
Na Praia do Peró, município de Cabo Frio, encontra-se o maior e mais bem preservado campo de dunas móveis da costa fluminense. O projeto do mega-resort Reserva do Peró, conta com 450 ha de área, representando um impacto direto às formações naturais de dunas e à vegetação de restinga associada, o que significaria uma perda do maior remanescente desse ecossistema no estado (Pereira et al., 2011). Na praia de Tucuns, município de Armação dos Búzios, o resort SuperClubs Breezes Búzios, em faze de conclusão, representa uma perda de 7,88 ha de formações naturais de dunas (Pereira et al., 2011). Isso implica a perda de uma extensa área de vegetação de restinga.
Referências:
  1. Pereira, T.G., Oliveira Filho, S.R. de, Corrêa, W.B., Fernandez, G.B., 2011. Diversidade dunar entre Cabo Frio e Cabo Búzios – RJ. Rev. Geogr. 27, 277–290.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
  2. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município Campos dos Goytacazes possui 173.248 ha dedicadas à pastagem, equivalente ao 43,05% da área do município (Lapig, 2018)
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html. (acesso em 25 de agosto 2018)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
PARQUE NACIONAL DA TIJUCA; ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL DAS SERRAS DE MARICÁ; PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA MATA ATLÂNTICA ALDEENSE; PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ORGÃOS; MONUMENTO NATURAL MUNICIPAL DO PICO DO ITAGUARÉ; ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE PETRÓPOLIS; ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL WALDEIR GONÇALVES - SERRA DO ITAÓCA; Área de Proteção Ambiental da Capoeira Grande (Lima 7465)
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como "Criticamente em perigo" na lista vermelha da IUCN (Canteiro, 2018).
Referências:
  1. Canteiro, C., 2018. Peltogyne discolor. The IUCN Red List of Threatened Species 2018: e.T22483785A22485639. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-1.RLTS.T22483785A22485639.en (Acesso em 17 de setembro de 2019).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Guarabu é o nome popular de uma árvore da família das Fabáceas (ex-Leguminosas), que produz madeira de boa qualidade, usada na construção civil. Também é chamada de: jitaí; jutairana; óleo-de-jataí e roxinho. O nome científico do guarabu é: Peltogyne discolor (Camargos, J.A.A. et al., 1996. Catálogo de Árvores do Brasil. MMA, Brasília.)
Referências:
  1. Camargos, J.A.A., Czarneski, C.M., Meguerditchian, I., Oliveira, D., 1996. Catálogo de Árvores do Brasil. MMA, Brasília.)